sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Para quando...Vózinha!?

Não é justo e talvez um pouco egoísta, mas vejo-te sofrer e sofro contigo, sei que não será fácil dizer-te Adeus e sei que nunca o farei, porque tu serás sempre a minha Vózinha.
Desde sempre a tua presença foi constante na minha vida, contigo e para ti tive rotinas, as quais nunca irei esquecer e irei sentir um vazio quando não lhes puder dar continuidade.
Sempre foste a Grande Vozinha, sempre te admirei, sempre te elogiei, sempre me ensinaste, nunca te vi chateada, nem quando te dávamos cabo da cabeça e fazíamos coisas que te desagradavam, nunca conseguiste dizer que não mas sempre nos mostraste que não devíamos fazer. A tua paciência, o teu sofrimento, a tua força, o teu amor, sempre o deste a todos, viveste sempre preocupada com os outros mesmo quando os outros estavam preocupados contigo.
És incrível, Vózinha!
Toda agente te adora, toda agente sentirá a tua falta, ninguém te esquecerá. Conheço cada gesto teu, conheço cada silêncio. Quando estávamos só as duas muitas foram as conversas que partilhámos, preocupavas-te comigo, querias saber tudo, mesmo em silêncio gostava de estar ao teu lado. Nesse momentos de silêncio, ficavas ali sentada, esfregavas as mãos uma na outra olhavas para uma delas, não sei o que pensavas, mas sei que sentia orgulho nas marcas que o tempo deixou nelas, foram umas mãos que sempre estiveram abertas para todos, umas mãos que de tudo fizeram, umas mãos de uma mulher lutadora.
Orgulho-me de ti, Vózinha!
Ontem tive contigo, penso se terá si o último dia, mas acho que não, acho que me vais deixar dar-te pelo menos mais um beijinho…houve momentos em que fugi, no entanto, eu queria estar sempre ali ao teu lado a olhar para ti, mas não consegui nem consigo suportar ver ou ouvir um manifesto de dor da tua parte sem nada poder fazer. Ainda esboçaste um sorriso, fazias força para abrir os olhos e, sempre que os abrias reparavas em todos quanto estavam à tua volta. Quando cruzámos o olhar, sentia-te a desistir, como nunca o tinha visto, parece que dizias deixem-me estar eu estou bem e vou ficar bem. Mas nós, Vozinha, não te conseguimos deixar ir assim, vamos lutar por ti e dar-te força até ao último segundo.
Para quando…vozinha?!

3 comentários:

Anónimo disse...

[ ]!

Ég Bani disse...

Por vezes temos a sorte de termos nas nossas vidas pessoas que fazem a diferença. E não falo de gente famosa, vencedoras de prémios, de renome...falo daquelas que realmente fazem a diferença num pequeno grande mundo que é o nosso mundo. Pessoas que nos marcam, que deixam saudade mesmo quando estão ali, ao nosso lado...pessoas que nos mostram um outro lado da vida. Um lado em que apesar de toda a adversidade somos sempre capazes de vencer, de sobreviver, e dar de nós o melhor, o nosso melhor. E lutar por aquilo que mais prezamos, mesmo que aos olhos de outros isso seja pouco, quando no final....no fim foi apenas o que de maior valor temos na vida, o amor que entregamos a quem nos rodeia, a entrega de quem nós somos a quem queremos bem. E a tua avó é essa pessoa, uma mulher que sobreviveu a muitas adversidades, durante toda a sua vida, mesmo quando só poderia esperar a paz de quem já deu tudo de si. Mas na verdade ela continuou sempre a dar, e mais do que por ela, pelos outros, por todos vocês que sempre estiveram ali por ela.
A dor de saber que podemos perder alguém assim não se explica, nem se mede...sente-se cá dentro, respira-se numa espera que traz um ar frio mas que ao mesmo tempo nos faz olhar para trás e reconhecer o que nos trouxe, o que fez de nós ter uma pessoa assim na nossa vida, ao mesmo tempo que a saudade futura já espreita.
Ficará sempre muito mais do que as recordações, ficará um pedaço dela em cada um de nós.

Buu disse...

[]