quinta-feira, 10 de abril de 2008

A Origem da Doutrina Cap. IV

Novamente em Évora, numa noite em que estivemos sós, sentimos essa proximidade agora mais intensa mas mais contida também. Tínhamos medo.

Apesar de termos passada a semana, ou melhor, as noites que se seguiram ao telefone. Onde falámos de tudo e mais alguma coisa, não tocámos no assunto que nos fazia olhar para o telemóvel a toda à hora na ânsia de ter uma palavra escrita ou um toque teu ou meu. Nessa noite o calor manteve-se, se não mesmo aumentou, e o receio com ele também. O receio de ter mal interpretado os sinais. De destruir tudo, até a nossa amizade que era já insubstituível. E ficámos ali debaixo de um cobertor, sentadas (1/2 deitadas) na cama, muito pertinho uma da outra (demasiado perto!), a ver fotografias na máquina fotográfica. E por infortúnio, quando o perto começava a transbordar para o sobreposto, as malditas pilhas acabaram e como que “num pulo”, decidimos levantarmo-nos para ir comprar outras pilhas. Porque as fotografias tinham que ser vistas naquela noite ou porque a emergência de fugir do que não havia fuga possível era grande.

Estávamos sozinhas nessa noite e nenhuma de nós teve a coragem de dar o primeiro passo. Foi uma noite de loucos em que o adormecer chegou por colapso emocional ocasionado pela espera. As duas esperámos uma pela outra. Não consegui! Virei as costas e fiquei à espera do teu abraço, de um sinal de que querias o meu abraço (e algo mais). Tu igual. E assim nenhum deles chegou. Ficou ali a pairar sobre nós sobre a forma de um desejo partilhado de nos querermos, de nos amarmos.

…continua

8 comentários:

Anónimo disse...

E porque o que tem de ser tem muita forçaaaaaaaaaaaaaaaa.

Maria Papoila disse...

Ando a ler esta história e a rever algumas linhas dos meus momentos.

Anónimo disse...

Nessa altura fazia-vos falta a série L Word..sempre dava uma ajudinha ;)

Buu disse...

Lembro-me desse medo como se tivesse sido ontem. Dessa ânsia por querer ficar mais perto e não o conseguir fazer. A frustração de se saber o que o coração pede e não o poder satisfazer...

*

LiCkY disse...

Tenho acompanhado a história, cada passo me arrepia...é por isso, que em termos de casais no fundo sois como que o ideal a seguir...
suspiro....
bjinho

Buu disse...

Hehe por acaso no meu caso o L word ajudou a esclarecer certas ideias :)

*

Ég Bani disse...

HUm! Acho que na altura ainda nem sequer tinha saída a série The L Word! Pelo menos por cá. Mas que devia dar um empurrãozinho devia. FOmos tão atadas. Mas já nos passou! eheheh

Ég Bani disse...

Há momentos que são transversais a qualquer história de amor.

Não somos ideal para ninguém seguir. Já basta o esforço que fazemos pa nos aturar! ;)))